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18 de abril de 2012
Cap. 1 - Pt. 2
[...]
– Angela, é verdade que a Tracey morreu? – Perguntou. Virei-me para trás e vi o garoto loiro olhando para mim, esperando uma resposta.
– Bem, foi... – Eu respondi, e senti Della se esconder atrás de mim.
– Na festa?
– Foi. – Foi meu limite de respostas. Afinal, o garoto nunca havia falado comigo!
Eu vi Andrew se encolher.
– Só isso que queria saber?
– É. – A timidez do garoto era notável.
– Ah, tá. Tchau.
Ele saiu sacudindo a mão aberta para mim num gesto de tchau, e eu não agüentava mais a outra agarrada nas minhas costas.
– Della...
– Tá bom, já soltei, já soltei – Ela bufou, soltando os braços de minhas costas.
O sinal tocou num som que significava: “Ah, droga, acabou o recreio. Que saco!”, e todos foram para as suas salas.
Nós tínhamos lugar marcado, portanto Della sentava do outro lado, no fundo da sala, justamente porque o professor Laurent, de matemática, notava que nós conversávamos muito.
Eu sentei no meu lugar enquanto os outros bagunçavam, esperando o professor chegar. Nossa, como aquela garota tinha morrido? Esse pensamento não saía da minha cabeça. Talvez ela tivesse tido um ataque cardíaco... Mas e o sangue? E porque os pais dela não existem? Essa história tá muito estranha.
Meus raciocínios foram interrompidos por um rostinho de cabelos loiros na minha frente.
– Andrew? Você não sentava lá na frente?
– Eu troquei o lugar com a Hannah, aquela adiantada, ela usa óculos e aqui não dá pra ela ver o quadro direito.
Estranhei a atitude. O antigo lugar dele parecia tão confortável para um nerd. Assim ele poderia enxergar o professor e o quadro melhor. E ficaria longe dos mais enturmados. Mas dei minha opinião própria:
– Eu, hein? Preferia ficar aqui do que na cara do professor. Não dá nem pra conversar.
– Veja pelo lado bom – Ele riu descaradamente. – Agora eu estou do seu lado.
– Háháhá. – Eu dei um riso forçado, irônica.
Ainda não havia entendido o porquê da aproximação que ele viera para cima de mim, mas percebi que ele estava querendo mesmo fazer amizades, talvez decidisse se enturmar?
Nesse minuto Lincoln entrou na sala e todos os foliões correram desabando entre as mochilas no chão e sentaram.
Eu bufei olhando para a cara de tédio do professor de matemática. E sua barbicha tosca na ponta do queixo, a qual ele coçava enquanto corrigia as lições, pronto para tirar pontos de nossa nota.
– Abram todos os cadernos! – Ordenou o professor.
Fiz o ato mandado com extrema preguiça. Ninguém aguentava esse professor. Nem mesmo os nerds.
– Você não é muito boa em números, né? – Perguntou Andrew, se esticando para ver a minha matéria de matemática no caderno com todos os exercícios sem resposta.
– Percebe-se, né?
– É – Riu ele. – Você anda precisando de um professor particular?
– Ahã – Eu murmurei, já sabendo o que ele queria, com vontade de rir. Era um fofo.
– Quando a gente pode sair... Digo, se encontrar, digo... Estudar? – Ele tropeçava nas palavras.
– Pode ser hoje de tarde, Andrew?
– Pode... Ah, e pode me chamar de And, se quiser – Ele sorriu.
- Tá, And – Nós rimos. – Hoje depois da escola.
- Senhorita Angela, não é? – Desconfiou o professor, vindo na minha direção apontando a régua para mim. – Será que dá pra deixar o namoro pra depois da aula? – Ele brincou, matando nós dois de vergonha e causando uma sessão de gargalhadas. Meu rosto corou.
Eu baixei a cabeça e fingi escrever no caderno o exercício passado no quadro, e ele fez o mesmo – a única diferença é que ele escrevia.
Fim do Capítulo 1
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